27 agosto 2011

Filmes dos bons

O assunto hoje é outro: Vicky Cristina Barcelona, um daqueles filmes aparentemente leves e quase cómicos que, no final, nos deixa com um sorrisinho disfarçado no rosto e com os pensamentos em tumulto. Ou será só a mim?
















in palpitar.com.br


Rodado em 2008, escrito e dirigido por Woody Allen, tem como protagonistas os grandes Javier Bardem, Penélope Cruz, Scarlett Johansson e, a até então para mim desconhecida, Rebecca Hall.

Vicky e Cristina são duas amigas americanas que viajam para Barcelona por alguns meses e que têm visões opostas do amor. Aí conhecem o pintor Juan Antonio, que as convida para um fim-de-semana em Oviedo que vai mudar o rumo das férias. Ao triângulo amoroso Vicky-Cristina-Juan Antonio, acabará por juntar-se Maria Elena, a intensa ex-mulher do pintor, dando origem a novo triângulo Cristina-Juan Antonio-Maria Elena, já que Vicky recebe a visita do noivo e acabam por casar-se em Barcelona.

O fim desiludiu-me um pouco, porque estava à espera que todos ficassem felizes ou infelizes para sempre e, afinal, ficou tudo "em águas de bacalhau". Ou seja, parece que o encontro dos personagens serviu apenas para agitar um pouco as suas vidas, sem acabar por lhes alterar o rumo. Ninguém ficou com mais certezas do que queria. Como podem não ter visto o filme, não conto muito mais.




Gosto sempre do Javier Bardem, desde que me fez chorar baba e ranho numa sala de cinema e em todo o caminho de regresso a casa com "Mar adentro", mas recomendo também "O Amor nos Tempos de Cólera", adaptado do romance homónimo de Gabriel García Marquez. E, provavelmente pelas mesmas razões, gosto cada vez mais de Penélope Cruz e de Scarlett Johansson. Na minha modesta opinião, e diga-se o que se disser por aí, nenhum dos três tem uma beleza daquelas tão perfeitas que até parece mentira (ou muito trabalho de Photoshop). Parecem, na verdade, pessoas muito reais, e acho que é disso e de mais um je ne sais quoi que eu gosto, que lhes dá um ar verdadeiramente sensual. Confesso que nunca me ocorreria atribuir à Penélope Cruz um papel de mulher mais-que-todas, a diva... como Juan Antonio a pintou. Bonita, sim, mas não tanto. Acabei por render-me, depois de ver o filme: acho que desempenhou o papel na perfeição.

Ainda sobre o filme, não consegui deixar de pensar naqueles encontros e desencontros amorosos que, ali quase caricaturados, acontecem de facto na vida real. De como tentamos tantas vezes - e erradamente - impor a razão ao coração. De como outras deveríamos, sim, ter mais os pés na terra. Dos espartilhos em que vivemos, tão inculcados na sociedade, que nem nos damos mais conta... De termos de ter uma só pessoa, de não serem compreendidos sentimentos ou desejos que estão fora dos cânones, de como isso nos impede tantas vezes de viver uma vida plena e intensa (que não significa, atenção, desregrada e inconsequente).

É tudo, por hoje. Vou continuar a pensar nos meus espartilhos pessoais.:)

Opiniões sobre este tema?


20 agosto 2011

Como traz as suas compras?

Queridos leitores, a mariamélia inaugura o seu blogue com um post sobre, nada mais nada menos, do que tendências. Neste caso, trata-se de idas ao supermercado, hábito quase diário ou, no mínimo, semanal, para qualquer um de nós.

O costume de trazer muitos sacos de plástico do supermercado vulgarizou-se, pelo menos na minha vida, há pouco mais de quinze anos. Mesmo nessa altura, havia um mini-mercado perto de casa onde a dona pedia que levássemos os sacos na vez seguinte, porque tinha poucos. 

Mas muito rapidamente surgiram grandes hipermercados por todo o país e os ditos sacos começaram a ser dados ao desbarato, inclusive dando azo a atitudes menos elegantes, como enfiar mais cinco ou dez em cada saco de compras, quando o funcionário da caixa não estava a ver.

Como a cada momento de exagero se segue normalmente um de contenção, chegou finalmente essa tendência a Portugal, que já se instalou há muito nos países do norte da Europa, de se pagarem os sacos de plástico. Algumas vozes indignadas insurgiram-se! Vejam lá, uma pessoa já paga as compras tão caras e não podiam dar os sacos? Pois, mas é que, como se viu, isso dava azo a grandes abusos. Eles continuam disponíveis para quem se esquece ou acha mais cómodo, e não são assim tão caros. Só que, desta forma, já pensamos duas vezes.

Em países como a Alemanha, a Holanda ou o Reino Unido, pessoas de todas as idades vão às compras de mochila e não é raro ver alguém pela rua fora com um pacote de leite debaixo do braço e duas maças na mão (para quê um saco para duas maçãs?), ou com uma caixa de cartão das que sobram no supermercado, com uma cesta de palhinha ou saco de pano. 

Atitudes que, num dado momento, são vistas como retrógradas, rurais, pacóvias ou fora de moda, como era ir às compras de cesto há cinco anos apenas, muito rapidamente se transformam em coisa cosmopolita, quando um grupo de pessoas influentes as assume. Isto verifica-se com inúmeras coisas na nossa vida, em que não tomamos a atitude mais inteligente porque não é aceite, nesse momento, pela sociedade em geral, ou pelo grupo em que estamos inseridos. E, de repente, a coisa vira moda e já toda a gente dá lições de estilo, como se tivesse feito assim a vida toda.

Isto dá matéria para mais uma série de posts! A seu tempo virão.:)





















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